CAPÍTULO QUATRO - Sob o Solo
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O sol poente já avermelhava o céu, fazendo com que os animais mais desprovidos começassem a se esconder. Era possível escutar o som do vento cortando o pasto vazio e amplo. Algumas árvores perdidas e secas influenciavam a paisagem deserta, dando um ar de triste local. Tudo era mais frio do que o comum, e poucos se arriscavam a caminhar pelas redondezas daquele lugar.
Era uma ilha ao norte, que poucos sabiam a sua localização, e menos ainda de sua existência. A extensão de terra era bem mais elevada do que o nível marítimo; as águas salgadas, agitadas e perigosas, batiam em suas paredes e em suas pedras, dificultando a chegada de supostos visitantes.
No topo da ilha havia plantas gigantescas e espinhosas cercando a borda terrestre e dando uma proteção natural. Algumas árvores circulavam o pasto deserto de plantas secas, dando uma possível subvida aos animais que nasciam.
(...)Dando a volta na mesa, o homem foi aparecendo. Chegando mais perto, saindo das sombras, foi possível ver menos que sua silhueta. Grandes traços, em um corpo acima do peso, brilhando um vermelho vivo das vestes sujas de sangue. Aparentava ser alto, e seus olhos refletiam em amarelo opaco, sem vida.
- Se continuar assim, as vilas aqui perto irão notar mais rápido do que o esperado. As pessoas estão sumindo. – Sussurrou a garota cega, enquanto tossindo.
- Calma! - Sua voz pesada e fria ecoava pelo pequeno quarto. - Estou quase concluindo, faltam alguns ajustes e acabarei os experimentos; tenho que ter pessoas para isso, caso contrário...
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(Luiz Bringel