Dormente.
Dose dupla desta vez.  Quero logo dois amores. Um para hoje, outro para ontem.  Estou sedento de sentimentalismo. Beberei feito água. Aguardente. Dose dupla desta vez, desta vez cachaça mesmo. E quanto mais tento me encontrar, mais me perco! Porco daquele que finge iludir quem o ilude. E quem mais vive dizendo que é, é o que menos poderia ser. Àquilo que um dia tentou ter... E por viver, desistiu. Precariamente vejo uma situação desconfortável. Sendo meu maior conforto, minha maior paixão. E meu menor problema, meu coração, anestesiado. Dormente, de tanta água, aguardente.

(Luiz Bringel

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