Primeiros Frutos

Distante, a árdua selva, espinhosa, aparentava uma relva de campo macio. De onde surgia alguém que me desacompanhava ha tempos, também brotava o temor do olhar estranho, de quem lembrava bem. Um bem que quero feliz, partiu de mim em outrora, outra caminhada, a qual não me incluía; a qual também não lhe dizia. A exclusão dos passos deste que voz falava foi fundamental; fatal para quem de fora vê; real, para quem de dentro vive.  Os esbarrões, empurrões, tempestuosos, hoje, resumem-se em olhares brandos de entendimentos singelos. Tais compreensões não precisavam ser ditas, foram justificadas com cada sorriso distante que a aproximação matava. Tudo que deveria ocorrer, foi ocorrido, e hoje, o que resta, é a suficiência de tudo que antes não tinha. E todo o resto de que debocham, hoje, é justamente o que me satisfaz. Fugaz, é a incompreensão. A minha intenção, crescente, é viver; não sobreviver.

Todos os tipos.

Há aqueles quem dizem dizer besteiras, há os que não dizem nada. Os que ficam, são os que não aprendem, os que partem, crescem em caminhadas dolorosas ou sorridentes. Os dentes brancos, em amarelados sorrisos, contradizem feições falsas de quem acredita viver sob os próprios temores. Temendo os alheios, meus devaneios guardados em deveres a cumprir, em um futuro tão distante quando o presente, fazem-me crer que sou humano. Do mundano que habito, rabisco os desejos que capto, em palavras fugazes de pensamentos não meus. Os meus, bem, são prosas demais para poucas letras. São letras de menos para tantas poucas vivências, estas, então, que ainda não fiz.

A própria imagem

Com a falta de perfeição
Minha visão luta contra a turva imagem mostrada.
A alma que vejo do espelho,
É a mesma que me vê viver.

As coisas que digo, afirmo em dúvidas.
Dúvidas que grito, silenciam-me.
O silêncio incômodo constante,
Berrante em respostas não dadas, caladas.

De tudo que tento fazer,
Entro na contra mão da direção alheia.
Em oposições ou uniões,
Pessoas passam, marcam, ficam.

Mais a verdade que digo
Em meias mentiras,
É que de todos que vivem em mim
Ninguém me faz mas feliz, do que eu mesmo.

Cada qual é possuidor da própria felicidade.