Meus queridos olhos negros.

Dentro dos olhos negros que me encaravam no espelho, eu me via. Olhava-me, deslumbrava-me com a feição que adquiria com o tempo. Aquilo me estimulava a fazer coisas mais interessantes. Não que as anteriores não fossem, mas eu queria sempre uma superação. Quando me toquei de tudo que já tinha feito, para adquirir certas coisas, espantei-me; esperava mais de mim mesmo. Mesmo sabendo que poderia fazer mais, e não fiz, confirmei o que ainda posso fazer. Não tenho a certeza se irei adquirir o que quero, tentando; mas tenho a convicção de que não alcançarei se não buscar.

(Luiz Bringel

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