Pantôn Dôra.
Mostre sua caixa Pantôn Dôra. Após então eu conheço-te. Em teu temor, vejo-me... Não a feche não se reprima. Deixe-a fluir, deixe partir todos os males encontrados em teu ventre. Tão belas palavras, tão belas formas e feições. Qualidades inenarráveis, indignas de pronunciamento, por pessoas tão sujas e sem os dons ofertados de bom grado. E dentre tantas belas citações, algumas enganações traíras foram plantadas no intimo do seu intimo. Profundas demais para serem extraídas. Tais plantações exalam perfumes, capazes de ludibriar os mais sensatos pensamentos, sucumbir qualquer estabilidade alheia existente, ou não. E dentre tais entranhas, todos temos e tememos nossas caixas, talvez por não reconhecer, ou conhecer seu conteúdo. Mas sabemos, cegamente, a existência de sua presença. E ela é tão real e viva, quanto sua falta.

(Luiz Bringel 

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